Em busca de novas oportunidades de trabalho, pessoas advindas de diversas regiões do planeta aportaram no Brasil e se destacaram como vetor de desenvolvimento do País

Em busca de novas oportunidades de trabalho, pessoas advindas de diversas regiões do planeta aportaram no Brasil e se destacaram como vetor de desenvolvimento do País
Durante o mês de junho é celebrado o Dia do Imigrante e da Imigração Japonesa, duas datas que destacam a importância do imigrante na constituição da força de trabalho do Brasil, bem como na cultura, gastronomia, hábitos e, até mesmo, a língua. Para contar um pouco dessa história, o Centro de Memória Bunge, um dos mais importantes acervos de memória empresarial, mantido pela Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil, destacou alguns materiais relacionados à chegada dos imigrantes, a partir dos mais de 1,5 milhão de documentos que contam a história do país.
Os movimentos migratórios alavancaram diversos segmentos da economia com a participação de italianos, alemães, ucranianos, poloneses, espanhóis, russos, africanos e japoneses que chegaram entre os séculos XVIII e XIX. Esses trabalhadores atuaram nas primeiras fábricas e indústrias locais, sendo igualmente protagonistas do desenvolvimento do setor.
Outra nacionalidade de destaque é a japonesa. O Brasil é o país com a maior comunidade destes imigrantes fora do Japão. Os primeiros registros localizados são do início do século XX e em 18 de junho é celebrado o Dia do Imigrante Japonês, que marca a chegada do primeiro navio, Kasato Maru, tr azendo 165 famílias ao Brasil, que superariam, décadas depois, a marca de dois milhões pessoas. Desde o início deste processo migratório a cidade de São Paulo sempre registrou a maior concentração de comunidades orientais.
A imigração se deu por um acordo firmado entre o governo dos dois países que encontraram uma oportunidade com o cenário de recessão registrado no Japão e a necessidade de mão de obra no Brasil para as lavouras de café, algodão, exploração da borracha na Amazônia e plantações de pimenta no Pará, entre outras. O último navio a aportar no país ocorreu em 1973 e hoje a colônia japonesa tem gerações isseis, os nascidos no Japão; nisseis, primeira geração n ascida no Brasil, sanseis e yoseis, segundas e terceiras gerações.
Nos últimos anos o tema da imigração passou a ter uma nova mecânica discutida mundialmente. Condições adversas como crises, violências e graves problemas econômicos locais registrados em muitos países causaram o deslocamento em massa de refugiados para lugares como o Brasil. Hoje, ainda mais comuns, são pessoas que migram em busca de refúgio político ou fugindo de guerras. A viagem, ainda mais delicada, movimenta famílias inteiras por conta das perseguições ou por falta das mínimas condições de sobrevivência no país de origem.
Em 2017, segundo o Comitê Nacional para os Refugiados, foram totalizados 10.145 refugiados reconhecidos no Brasil, sendo a Síria a nacionalidade com maior número (39%).
Entre 2010 e 2017, o País recebeu 52.243 solicitações de refúgios de haitianos. Deste número, apenas dois foram reconhecidos como refugiados no Brasil, um em 2008 e outro em 2016, segundo o relatório Refúgio em Números ? 3ª edição. A crise humanitária na Venezuela também trouxe muitos exemplos: de 2015 a 2018 a Políci a Federal registrou 54,1 mil pedidos de refúgio no Brasil.
Pensando na importância desses movimentos e na necessidade de reconhecimento deste povo que a Assembleia Geral das Nações Unidas, órgão ligado à ONU, decretou 20 de junho foi decretado o Dia Mundial do Refugiado.
De acordo com Polícia Federal, no ano de 2018, 94 mil pessoas chegaram ao País também em busca de novas oportunidades de emprego e de vida . Por isso, recontar a história da chegada de imigrantes e suas contribuições para o crescimento do Brasil, contribui para o entendimento de que, em diversos momentos, esses movimentos migratórios são inevitáveis e indispensáveis.